
Caiu uma sombra sobre o planeta
e naquele dia não houve mais nem o voo da borboleta.
Tudo foi se murchando e ficando sem graça.
Ninguém percebia a grande farsa.
Uma força oculta foi se movendo rápido,
apagando as luzes e muitos abandonaram até seu jantar sápido,
para prostrarem-se em orações
sem entender daquela escuridão suas reais intenções.
No segundo dia, vozes foram enchendo os corredores das cidades
fazendo todos os habitantes caírem em suas vulnerabilidades.
Em suas mentes palavras de domínio,
ao seu redor, corpos caindo vítimas de extermínio.
Ninguém mais se sentia potente
a não ser a maga Lekana Tzären com seu arco reluzente.
“Não vou mais deixar meu povo acreditar nessa mentira.
Não somos nada fracos, nosso maior recurso é nossa ira.”
Sábia, já tinha entendido o desenrolar da fraude
e chorar era embalde,
pois os magos negros de seu povo rivais
já tinham dado início aos seus ataques fatais.
Pretendiam apavorar todos com densa escuridão
e ao mesmo tempo encher todas as mentes de enganação,
criando pensamentos de impotência ou fazendo todos caírem em inveja
para a seus irmãos matarem em terrível peleja.
Mas Lekana devido aos seus treinamentos, sempre manteve sua mente pura
e conseguiu passar incólume e planejar como tirar seu povo daquela tortura.
Subiu então até a torre mais alta do seu palácio
e pegou a sua seta mais letal, seu mais amado gazofilácio.
E sem pestanejar na varanda atirou com seu arco
no meio da nuvem negra que no céu deixava um marco,
fazendo de novo jorrar uma luz dourada
em seu povo, seu grande tesouro, e em sua terra amada.
O feitiço assim fora quebrado
e todos voltaram a si, posicionando-se da maga ao lado
e enfim, com suas mentes no lugar,
puderam juntos aos inimigos derrotar.
Por Gisele Portes