Ventos Presos

Segunda-feira é mais um dia de volta para o inferno.
Todo final de férias é mais uma volta para o abismo.
A pior coisa que tem é ser subalterno
de chefes que amam lhe ver sofrendo e que lhe olham com esnobismo.

Dizem que a escravidão acabou, mas continuam-se as injustiças.
Trabalho em excesso e salários contados,
ônibus e metrô lotado – todos enfiados em vidas submissas,
ansiando pela liberdade e não mais como ventos presos nesse dever confinados.

Meu relógio é meu pior inimigo,
sinalizando que mais um dia vai embora e eu sempre em atraso,
pois não é só de salário que vive o homem, mas também dos sonhos consigo.
Só o que resta é transgredir as normas e transformar essa história de fracasso.

Por Gisele Portes

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