
Às vezes não me sinto dona de minha própria vida.
Minha rotina é tão robótica
e toda manhã quando eu dou em meu celular uma lida,
já percebo o meu cronograma sob outra ótica.
Quase tudo que faço parece ser programado
e os outros é que parecem de mim administradores,
escolhendo até o jeito do meu gramado,
quem dirá se são corretas as minhas dores.
É como se eu estivesse dentro de um sistema
e que cada vez me deixa mais com edema.
Eu que pensava que ser adulta era ser livre
agora vejo que é tudo um “Deus me livre!”
Só espero então um pane generalizado.
Uma espécie de blecaute,
porque só assim para eu ter meu viver recuperado,
antes de ir à nocaute.
Por Gisele Portes