
Deus sabe todas as vezes que me ajoelhei,
quando adolescente e muito por você orei.
Só Ele sabe o quanto que eu sonhei
em encontrar um amor e o quanto que nisso acreditei.
Mas apenas decepções fui colecionando,
até toda minha fé dentro de mim ir se esgotando.
Eu que era tão alegre e cheia de esperança,
virei um coração de pedra e do passado só recebi dor como herança.
Passei a focar em minha vida e rotina.
Mas se para todos eu fingia, comigo não podia ser cretina:
Podia ter tudo, mas sem amor,
por dentro eu me sentia um horror.
Mas precisava parar de me cobrar tanto e tinha que me distrair.
Então eu comecei a buscar eventos e a sair.
Fazia tempo que minha vida era apenas compromisso,
precisava de tanta chatice dar um sumiço.
Foi então que resolvi ir para um museu de astronomia,
em um raro rompante de ousadia.
Afinal, quantas vezes eu já quis desse mundo sair?
Quantas quis que aliens viessem me abduzir?
Talvez em outros mundos as pessoas sejam mais amorosas.
Talvez haja mais relações harmoniosas.
Quem sabe exista mais entrega, mais sinceridade,
menos brigas, menos complexidade.
E foi viajando em meus pensamentos,
(já que para viajar ao espaço me faltava rendimentos)
que nós nos esbarramos.
E sem querer entre nós algo iniciamos.
No princípio eu te via apenas como um grande amigo,
daqueles que quando tudo fica ruim, sempre oferece um abrigo;
para quem eu podia falar meus segredos,
e em quem eu buscava segurança para enfrentar meus medos.
Mas eu que tanto fugia de complicações,
para mais uma paixão fui recebendo convocações.
Escapei tanto que acabei tropeçando no sofrimento de meu coração,
e entre querer e não querer, acabei cansando dessa situação.
Aprendi que não posso te comparar com de meu passado os trambolhos.
Estou vendo que as estrelas mais lindas moram em seus olhos.
Boba fui de tanto esperar,
e agora nossos corações podem livres voar.
Por Gisele Portes