
Dormi e quando acordei
estava de um jeito que até agora não sei.
Tudo doía, era como se eu tivesse sido rasgada
e me sentia de minha própria pele retirada.
Ainda não consegui esquecer de suas palavras,
que ainda correm por dentro de mim como larvas
devorando o pouco que ainda restou de mim
quando decidi pelo nosso fim.
Vou e lavo meu rosto,
mas o espelho reflete um mar de desgosto.
Sou um simples fantasma rastejando,
enquanto meu coração ainda está por você desejando.
Sei que preciso seguir com o dia
e embora seja verão, sinto uma sensação fria
em minha alma que já tem a felicidade por desconhecida,
mas vou retomar meu rumo, mesmo que muito de minha força seja exigida.
Há escolhas inevitáveis, porém, difíceis e que muito machucam,
que tiram a mente do lugar e que tresloucam.
Decisões com o peso do universo
e que só podem caber em verso.
Por Gisele Portes