
Como seria bom se a vida tivesse um botão de excluir.
Assim, eu poderia jogar na lixeira de minha memória
todo esse mal-estar que está a me destruir
e essas lembranças de época tão inglória.
Ah…se arrependimento matasse…
eu já estaria debaixo de sete palmos,
e nem mesmo se um anjo comigo falasse
que se te perdoasse, ficaria no céu, eu manteria os nervos calmos.
Já destruí todas as nossas fotos juntos
e já te deletei de todas as minhas redes sociais.
Mas não consigo esquecer dos momentos mais injustos
e já estou a um passo de tomar medidas letais.
Entretanto, estou cansada de tratar meu coração como meu pior inimigo,
e estou em processo de por tudo que eu fiz me autoperdoar.
Não foi nada bom o que você fez comigo,
mas também não é justo eu continuar a me castigar.
Portanto, tudo que eu puder fazer para te esquecer
eu hei de fazer mesmo que leve séculos.
Por que o tempo fará essa dor se esvanecer
e as horas revelarão nova saída de minha angústia com seus espéculos.
Por Gisele Portes
Belíssima expressão poética. Parabéns pela visceral poesia!
Obrigada pelas palavras!