Par Perfeito

Eu ainda me lembro daquele dia no parque,
pensando em meus problemas tão enervantes,
sem saber que algo novo estava próximo ao embarque
em minha vida, para me levar a dias muito mais estimulantes.

Eu tentava achar alguma inspiração para meu artigo,
nervosa com mil contas a pagar e você tão tranquilo,
alimentando os cisnes no lago, protegido de todo castigo
que uma segunda-feira traz, vivendo ao seu próprio estilo.

Toda minha atenção no meu trabalho se esvaiu
ao vê-lo imerso na calmaria que eu desejava para mim.
E com seu sorriso a cada foto meu juízo se distraiu,
mas infelizmente logo você com seu carro partiu.

No dia seguinte, eu voltei e você também estava ali,
e me posicionei no mesmo banco do outro lado da lagoa
almejando poder algo melhor enfim conseguir dali,
pois minha noite não tinha sido nada boa.

Precisava de um artigo para o feriado,
e até tinha esboçado algo sobre os outros curtindo,
enquanto eu trabalhava de modo estressado,
até que para minha surpresa, no meu ombro sua mão fiquei sentindo.

Foi então que você com uma foto me presenteou,
dizendo que talvez isso me livrasse de minha tristeza,
mas o que me ajudou mesmo foi o que a gente conversou,
e vi que apesar de tudo, o que me apunhalava também me trouxe beleza.

Até porque se não fosse por meu trabalho naquele dia
também nunca teríamos virado um par tão perfeito:
meu artigo enfim ganhou com sua foto toda mídia,
e acabei vendo que existe coisa boa até no que parece imperfeito.

Por Gisele Portes

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