
As preocupações já me pesam mais do que um piano
sobre minha cabeça sem mais espaço
para qualquer outro pensamento que não seja um plano
para ter você e por isso, sigo cada seu passo.
Que loucura é essa que me consome?
Por que nenhum médico consegue me tratar?
Se durmo, não descanso; se não descanso, mais isto me come.
Te querer é viver a me torturar.
Mesmo assim, essa dor já é minha companheira de viagem,
e entre o comprimido, a bala e o lápis
ainda com o que me resta, opto pela coragem
e mais uma carta vai em busca de devolver aos meus céus seus anis.
E quando a resposta finalmente chega,
abro a porta como quem anseia pela luz,
e ao te ver, a paz de novo em mim se aconchega,
envolta na serenidade enfim de corpos nus.
Por Gisele Portes