O Endereço da Esperança

Há muito tempo que já ando sem caminho,
que velejo sem vento e sem mar,
machucando meus pés em flores sem pétalas – só espinho -,
olhando para a meia-noite, atrás do sol que não mais está a brilhar.

As dúvidas, pesadas demais para carregar,
já destruíram toda a minha fé.
E sem esperanças, meus planos deixei o vento levar,
junto com o mapa dado para mim, por alguém de má-fé.

Minha mente está perdida em cálculos e suposições.
Angústia traiçoeira, que não me deixa nem o inverno ver ir embora
para me trazer outras primaveras e verões.
Mas sei que preciso parar de tanto temer e me lançar de novo lá fora.

E mesmo que eu pegue estradas erradas,
quanto mais eu andar, mais que esse grilhão de dor vai bater
nas mesmas pedras que contra mim foram atiradas
e ao menos minha vida em branco deixará de ser.

Por Gisele Portes

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