Liberdade Longínqua

Longínqua lhe era a liberdade,
quando olhava para suas asas amarradas.
Grilhões lhe machucando os pés, mãos ensanguentadas.
Paz só ao fechar os olhos, em busca de sanidade.

Anja escravizada;
alma esquecida em alto rochedo.
Anseia você não ter tido aquele desejo mais cedo
de apenas ter sua privacidade recuperada.

Muitas sessões de fotos; fama que não mais lhe satisfazia.
Como é fácil hoje estar no pódio e amanhã na sarjeta;
de ser amada e depois odiada; mas quem de lagarta virou borboleta,
é fácil romper as cordas e escapar da raiva alheia.

E após um golpe de sorte,
ela que sempre voara, agora volta para seu céu de perfeição,
no qual pode de novo perdoar todos que um dia lhe deram desaprovação,
provando que agora vê em si seu próprio norte.

Por Gisele Portes

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