Em Segurança

Meu pai sempre me deixava em segurança
quando eu tinha à noite pesadelos,
vindo me dizer que eram imaginação de uma criança,
e que eu não tinha porque comigo mantê-los.

Monstros que eu não precisaria alimentar
se eu não quisesse, pois assim que eu acendia a luz,
de fato já tinham ido embora e só precisava não me lembrar
que eles também não pesariam mais sobre mim feito cruz.

Só que depois que cresci, percebi que pela vida
há outras monstruosidades piores do que de meus sonhos de menina,
que transformam meu autocontrole em dor e ferida,
e que tornam minha fé tão pequenina.

Para estes, não adianta acender a lâmpada nem usar alho,
nem reza brava, nem água benta ou tiro de prata.
Somente meu autodomínio mental me salvará de ato falho,
e o que me poupará é a coragem como minha arma inata.

Por Gisele Portes

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