Bumerangue

Sou como o bumerangue
que jogado ao vento,
retorna para de onde saiu: sua raiz, seu sangue,
e que não sai do lugar mesmo com tanto movimento.

Se vendessem coragem em farmácia,
eu compraria um lote todo só para mim.
Não entendo por que uma hora me sinto com tanta audácia,
mas logo depois fico mole feito cetim.

Faço planos de dar inveja até a estrategista militar,
mas falho com maestria na hora de executar.
O que é essa força a me puxar e a me fazer voltar?
Que está me deixando a ponto de endoidar?

Só queria poder seguir em uma linha reta,
porém, consigo até a nuvem entortar
tamanha é minha indecisão e falta de atitude mais direta.
Desse jeito, haja travesseiro para ficar só a sonhar.

Por Gisele Portes

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