Alívio

No meio do sussurro da chuva busco meu alívio,
desejando que a água leve
os gritos sofridos de minha alma em greve
na força de seu dilúvio.

Minha respiração embaça o vidro de minha janela,
e nela escrevo o que não conto para ninguém,
em versos molhados do que já não me faz bem,
ansiando libertar meu coração dessa cela.

Pelo menos posso contar com a companhia das gotas.
Elas sim, amigas sinceras,
que não vão me atacar como certas feras
que fingem ser dóceis, mas só a presença delas já me esgota.

Por Gisele Portes

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