
A vida não é um departamento de achados e perdidos,
mas o que mais vejo é gente à procura.
Só que nem sempre sabem se buscam sua maldição ou cura.
Se estão esclarecidos, subentendidos ou desentendidos.
E não há mapa, GPS ou bússola,
roteiro pronto ou inventado
que dê conta de quem não sabe onde vai; de passo trocado;
de quem se perdeu de si, com choro que não se consola.
Porém, ajudo no que posso.
Não que eu seja guia ou semáforo – talvez seja só minha sina.
Mas já estive também me procurando nessas mesmas esquinas
e ruas até dar de cara comigo mesma antes de cair no fosso.
Por Gisele Portes