Semente

Na minha mão está uma semente.
Agora ela brilha contra o sol.
Mas ainda procuro em minha mente,
entender como venci todo aquele cortisol.

Depois de escalar um alto poço
no qual minha própria ilusão me jogou,
eu achava que muito mais eu posso,
porém, o deserto na minha frente me aterrorizou.

Algo estava errado com os mapas dos gurus.
Não se transforma areia em pomar só sendo positivo.
Logo vieram animais selvagens me devorar – meus tabus.
Corriam atrás de mim, ensinando a um suicida, para viver o motivo.

Eu que sempre fui simpatizante da letargia,
tive que vencer a preguiça e sair do comodismo.
Com meu esforço e suor, cuidei da terra até criarmos sinergia.
Se pessoas me abandonaram, rosas enchiam o ar de lirismo.

Os dias ruins não me preocupavam mais.
Toda chuva já era bem-vinda.
Porque o solo seco de minha alma irriguei com ideais
novos e sobre a areia já cresce floresta linda.

Por Gisele Portes

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