Tabuada

Quando criança, odiava ter que aprender tabuada.
Não porque abominava os números,
mas porque se errasse, minha cabeça era por uma tábua acertada.
Sem contar as humilhações e castigos inúmeros.

As outras crianças podiam brincar depois da escola,
eu tinha que estudar e obedecer meu pai.
Eu só queria meu guache, purpurina e cola.
Só que se você visse, era derrubar tudo no chão e eu por cima com um ai.

A vida me fez virar professora,
mas não tenho porque minha frustração
em meus alunos descontar de forma opressora:
no intervalo, ensino que arte e matemática podem ter união.

Um número pintado deixa a equação mais perfeita,
e ainda é mais bonito que um número só decorado.
As regras podem se unir e uma melodia pode ser feita,
basta pôr as variáveis novamente do seu lado.

Por Gisele Portes

2 comentários

    • Agradeço pelo comentário e fico feliz de saber que meus versos ressoaram com algo pelo qual está passando. Realmente quando colocamos amor e arte juntos, todo processo de aprendizado se torna mais fácil e não tão pesado para ser realizado 😉

Deixe uma resposta