Carrasco

Seu prazer é ser meu carrasco,
me trancando na de sua perversidade masmorra,
me torturando até eu ter de minha audição asco.
Minha oração constante é para que ou eu ou você morra.

Sou a borboleta presa e asfixiando em seu jarro.
O beija-flor cujas asas você mutilou.
Minha ingenuidade jogou minha paz falecida ao barro
que com minhas lágrimas de dor se formou.

Escapar era minha única opção,
mas status com seu conforto ilusório me embriagava.
Até que no único dia que não acordei beijada pela depressão,
consegui tirar de meu pescoço a corda que me enforcava.

Abrir a porta não foi tão difícil.
Porém, o mundo não quis me acolher.
Eu mesma não tornei para mim nada fácil,
só que preferi a verdade dura e nua escolher.

Aprendi a amar cada adversidade.
Do nada construí meu próprio império.
Foi a desilusão que à minha consciência trouxe claridade.
Hoje levo a plenitude de minha alma a sério.

Por Gisele Portes

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