
Ainda procuro o lápis ou a caneta para meu papel em branco,
algo que não escreva bobagens sobre minha superfície,
que não me suje com cores indesejáveis que com esforço arranco,
tentando apenas que não maculem minha textura com imundície.
Não quero que violem o meu vazio,
nem que entortem minhas linhas
com histórias invasoras e palavras carregadas de malefício frio,
sem sentimentos de piedade e com hipocrisia nas entrelinhas.
Um dia ainda vou achar um caderno para morar,
e não serei apenas uma folha ao vento,
sendo vítima de analfabetos emocionais e de ignorância bipolar,
e estarei em segurança, sem medo dos inimigos que invento.
Por Gisele Portes