Solte a Pipa

As crianças na rua me falavam: “Solte a Pipa!”,
mas parecia que a minha era a única que não queria voar.
Pesando feito chumbo, fiz força que quase saiu tripa,
mas a brincadeira para mim acabou antes de começar.

Voltei para casa, porém, ouvia ainda as gargalhadas.
Pela janela vi as outras pipas enchendo o céu de cor.
Olhei para a minha com raiva, queria deixá-la rasgada.
Só que decidi que ninguém iria tornar meu céu nublado e incolor.

Peguei meu caderno e desenhei a mesma pipa que fiz de papel de seda.
Na minha imaginação, ela voava tão alto que com as estrelas podia namorar.
Agora minha criatividade é quem me guia, para onde eu quiser ela me envereda.
Sou pássaro com minha pipa e nem mais ouço a provocação exterior me atrapalhar.

Por Gisele Portes

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