Morando nas Ruínas

Destruição após destruição,
agora estou morando nas ruínas
do que fui um dia; passado sem restituição
mergulhado em mar de mentiras – a única coisa ainda genuína.

Cresci sendo a criança na vila que tinha um dom,
mas fui capturada e todo o meu talento só corrompeu o mundo.
Só cantei a música dos outros, calei de minha alma seu próprio som.
Manipulação; todos mordiscando meu poder; o que restou é imundo.

Ao enfim escapar, não acreditei na encontrada desolação.
Muitos me apontavam como a cria do mal,
ainda assim, queria ajudar com o pouco que minha manifestação
poderia ainda produzir para àquela tragédia trazer um final.

E sozinha lutei contra dos outros os demônios,
contudo, pude enfim para todos ser um novo farol.
O véu da paz cobriu após tanto pandemônio.
Quando se vence os medos, se levanta novo sol.

Por Gisele Portes

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