105. Estratégias Dúbias

Luniel inferiu que a coisa não seria tão virtuosa e heroica.
Pensou que profecia era só lutas, mas algo a deixava paranoica:
ficar com o rei para não ser mais inimigo, e sim, cúmplice.
“Por Volata aceito”, conformou-se com inevitável maquiavelice.
Teria que adquirir a parceria das dançarinas com especial lata
(e logo veria como precisavam sair da paixão pelo rei magnata),
com cinzas de uma desflorada que fora para uma fogueira.
Então caso soubessem disso a ajudariam, senão, a arteira
não teria êxito no castelo perigoso e na rotina de vigilância.
Ao término, Luniel disfarçou medo e nojo, com elegância.
“Chegou a hora, meus pequenos”, disse e viu o olhar marejado.
Agora eram fardo como Lapilli e Enegea já haviam aventado.
Dividiam misto de ansiedade e tristeza pela vindoura separação,
mas Luniel devia cumprir o acordo e não podia errar invocação.
Assim, todas as crianças atravessaram o portal azul índigo.
Luniel já ia, quando ouviu Nanchê: “Adeus! Te bendigo!”

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