115. Caindo na Real

A refeição e o canto lúgubre causaram em Luniel mal-estar,
e o anúncio do rei de que uma seria escolhida a fez piorar.
Após o desmaio, estava em leito e despertou com grito vizinho.
As donzelas estavam na parede ouvindo o rei com seu vinho.
Luniel assustou-se com as risadas dele marcando nova tragédia,
pois após se satisfazer, o rei incendiou uma e assistia da sédia.
Elas diziam que o grito foi pela “potência” do rei – grande tolice.
Luniel se lembrou da lata oculta e falou a real sem-vergonhice,
os sacrifícios e cinismo do rei e houve risos e xingamentos.
Uma ruiva lunar o defendeu, e que não cairia em fingimentos,
pois mentia para tê-lo e, cansada, abriu a lata para calá-las.
Então Luniel pôde agradecer Lapilli pelo jeito de cativá-las.
Até mesmo uma reconheceu o perfume da amiga nas cinzas.
Luniel falou que não podiam se perder no fogo dos ranzinzas
guardas e viram que foram enganadas quanto ao romance
e apenas as aguardava a morte, após uma boa performance.
Assim, uniram-se com ela – capaz de salvá-las do extermínio –
já que Solato só queria mesmo expandir seu domínio,
e traçaram plano; e mais tarde, embora parecesse que dormiam,
quando o vigia veio foi cercado, e as sedas nele batiam.

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