Para evitar problemas com os direitos humanos, Catar, o país sede da Copa do Mundo de 2022, encontrou a solução em robôs montados em camelos para prosseguir com suas famosas corridas, antes feitas com menores de idade. Conheça essa curiosidade tecnológica a seguir!

Além de sediar a Copa do Mundo de 2022, Catar possui uma outra competição nacional muito prestigiada: a corrida de camelos. Mas agora com robôs montados em camelos!
Uns dos locais famosos das provas é Al-Shahaniyah, cerca de 40 km de Doha, capital do Catar. Lá, os camelos são tratados por cuidadores especiais antes dos treinos e provas.
As corridas costumam ocorrer bem cedo, por volta das 06 da manhã, para os animais e pessoas presentes não sofrerem com o calor intenso.
Tais como os típicos cavalos do turfe, os camelos disputam percursos de 4 a 8km e os mais rápidos percorrem quatro quilômetros em até 4 minutos.
Com apenas 2 anos de idade, um camelo já começa a disputar. Até os 9 anos, quando precisa se aposentar, os camelos podem alcançar 65km/h em curtas distâncias e 50 km/h por até uma hora nos mais compridos.
Caros e desejados, os camelos com essas habilidades custam até US$ 500 mil, e há vários estábulos de criação e cuidados ao redor das pistas principais em Catar.
Após as corridas intensas, os animais passam por tratamentos. Lesões nas patas são muito comuns. Além disso, eles recebem aplicações intravenosas de vitaminas, eletrólitos e aminoácidos.
Robôs como Jóqueis

Ainda que as corridas de camelos sejam uma tradição de milhares de anos, uma mudança drástica aconteceu a partir de 2004. Acompanhando o cenário das competições nos países próximos — Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, e Bahrein — Catar precisou se adaptar também.
Antes, menores de idades montavam os animais, porém, corriam sérios riscos de acidentes. Também houveram alegações de violações aos direitos humanos, como o uso forçado de meninos de até quatro anos e proibidos de comer para ficarem mais leves. Muitos foram ainda sequestrados de suas famílias carentes para competirem.
Então, tal como o futebol que teve a adesão tecnológica do VAR, robôs montam os camelos agora, pois são admitidos e menores do que as crianças que foram proibidas de serem jóqueis.
Catar lançou seu primeiro modelo funcional de jóquei robô em 2003. Porém, no início, os camelos se assustaram com os robôs, já que se habituaram com as crianças. Dessa forma, os robôs receberam adaptações para parecerem mais humanos: rosto de manequim, óculos de sol, perfumes tradicionais, sedas de corrida e chapéus.
O calor forte também foi um empecilho no começo tal como a poeira do ambiente desértico.
A primeira corrida de sucesso em Catar foi em 2005. Na época, os robôs tinham estrutura de alumínio e braços anexados em “tórax”, que controlavam as rédeas e o chicote.
Com o tempo, esses robôs pesados de até 18 quilos, foram trocados por modelos de até 3 quilos. Atualmente, possuem controles de rádio bidirecionais e controles móveis.
Também contam com uma vara acionada por um operador humano que os acompanham em SUVs à distância. A vara funciona como um chicote e faz cada robô puxar as rédeas durante as corridas. Além disso, os robôs soltam gritos de incentivos para a torcida por meios de alto-falantes.
Tradição Antiga
As corridas de camelos começaram no Catar nos anos 1970, com o próprio surgimento do país.
Populares, televisões locais transmitem as provas e há narradores para os telespectadores saberem de cada movimento com emoção e energia, como um verdadeiro narrador de futebol.
Não há vendas de ingressos e as pessoas assistem de seus carros, ao longo das rodovias que permeiam as pistas de provas.
Logo, além do futebol, Catar também ama outro tipo de velocidade.
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