
Vivo em uma cidade sem habitantes humanos:
todos viraram meros hologramas.
Fechados em suas bolhas de simulação por anos,
real ou ficção – verdade e essência viraram criptogramas.
Ninguém se conhece em relacionamentos superficiais.
Dia e noite sem distinção – o vazio que preenche o nada.
Quando branco e preto são as únicas cores opcionais,
essa é a marca principal de uma sociedade alienada.
Só quero poder sair desse simulacro.
Cansei de espelhamento, sou a diferença.
Meu Eu pessoal é meu bem mais sacro.
Não vou mais ter um existir cheio de indiferença.
Por Gisele Portes