Limbo Eletrônico [Poesia]

Nunca parei para pensar na morte
até que te vi dentro de um túmulo.
Sentindo dor e falta de suporte,
amaldiçoei a vida pelo de te perder cúmulo.

Mas por trabalhar com Metaverso,
levando uma realidade diferente para todo usuário,
comecei a pensar nas regras da vida e seu inverso
e metadados e programações de comunicação eram meu santuário.

E para quem já fez de praias a parques de diversões virtuais,
projetar só para você e eu um limbo eletrônico — digital paraíso —
tomou minhas noites em nome de metas e objetivos mais vitais,
pois mais do que sonhar, queria de novo beijar seu sorriso.

Então, mesmo com a ciência e preconceito que me sangraram,
teclados e telas sendo testemunhas de tanto sacrifício,
finalmente nossos corpos juntos outra vez dançaram,
onde nosso amor não sofreria mais nenhum da morte malefício.

Por Gisele Portes

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