Com tantos bebês de laboratório,
e a vida com seu útero artificial,
meu corpo pode ser sintético, até anormal,
mas não quero um espírito qualquer, nem aleatório.

Até porque mesmo que eu atinja a imortalidade,
não importa se eu já esteja no meu corpo número um, dois ou três.
Quero uma vida inesquecível, que me dê vontade de levantar outra vez
de minha cama diante de um dia a mais de sol que não mostra sua idade.

E assim criamos na Terra nossa vida eterna.
Contudo, espero que seja um para sempre com muita paz,
Por que guerra para a humanidade nada de bom traz
além de pavor de ameaça sombria e externa.

Portanto, chega que apenas a morte seja constante,
frequente ao ponto de para tudo e todos aparecer.
Seremos como a energia do universo sempre a renascer,
caminhando pelas estrelas, como infinitos errantes.

Por Gisele Portes