Fast-Food [Poesia]

Debaixo de governo guloso e predatório,
somos meras presas fracas de tanto fugir.
Taxação até para respirar; sofrer é obrigatório.
Cercados no abatedouro, pela vida ficamos a mugir.

Nossas vidas são devoradas em abundante fast-food
por mãos de engravatados de maldade gordurosa.
Nossos sonhos destruídos são sobremesa para a saúde
e bem-estar de gente que bebe nossa fé ansiosa.

Porém, não somos carne de açougue,
nem devemos aceitar que nos amassem feito pão.
Mesmo que te arranquem pedaço, seja o veneno que tal açoite,
vai queimá-los por dentro como azia sem proporção.

Gisele Portes

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