
Leia enquanto acompanha a poesia:
De todas as estrelas do céu
eu sou a única que brilha uma luz escura.
Rejeição, estranhamento, inveja — dança dos sete véus
que os astros bailam ao me verem, pois sou nada nula.
Fui expulsa do espaço.
Decisão unânime que eu não sirvo e não presto.
Toda vez que corri a para luz em acelerado passo,
a escuridão me puxou, mas para fim nada funesto.
Em seu colo de sombras encontro toda a paz que preciso.
Só seus sábios pés sabem andar pelo de minha nuvem breu.
No meio de sua mão sangrenta há tanta doçura e sorriso.
Como formigas famintas, sobe a escuridão por todo o meu eu.
Por Gisele Portes