Dançando no Apocalipse [Poesia]

Leia enquanto acompanha o aúdio da poesia:

A música dos gritos dos condenados está alta.
Mãos que me envolvem, estou no meio de grande salão.
Dançando no apocalipse, rostos colados, vinho que não falta.
Sobre mim lustre de almas em aflição.

Sempre vivi no fogo cruzado,
então com o inferno já me acostumei.
Nada é novidade para espírito azarado.
O fim do mundo todos queriam e também o desejei.

Não me assusto com monstros, eu mesma fui animal passional.
Os sentimentos que me puniram agora são meus amigos.
Nesse circo da desgraça, sou a atração principal.
O incêndio que nunca apaga é prazer e não castigo.

Por Gisele Portes

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