Leia com o aúdio da Poesia!

Todo dia a senhora ia até à porta
e passava horas em seu olho mágico.
Ver a vida alheia é o que mais importa.
Depois não reclame do seu dia ser trágico.

O menino comprou uma luneta
para poder ver a vizinha monumental.
Não queira ver o que se guarda atrás da maçaneta.
Rosto comum na rua, uma vida entre paredes nada normal.

Vida exposta atrás de curtidas.
Choro e lágrimas entre cortinas.
A dor da casa ao lado também é nossa ferida
que se perde a cada chata rotina.

Por Gisele Portes