
[Leia com o Aúdio da Poesia!]
Cadê o resto de minha alma?
Meus ossos já fedem no cemitério.
Caminho no deserto das obsessões com plena calma.
Traí meu propósito e este é o pior adultério.
Não sei quem sou, a mim mesma desconheço.
Quando você se sente ridículo, isto é autoagressão.
A cada trauma excruciante mais que cresço.
Ando sem rumo, não lembro onde deixei meu coração.
Velhos amigos agora são zumbis transfigurados.
Evitando ser o errado, o preço de uma vida não vivida.
A opinião dos outros é o doce mais procurado.
Depois da morte, fique com o amargor da sua vontade reprimida.
Dê uma esmola para esses mendigos espirituais.
Só quero voltar para a minha casa.
Não sou daqui, não participo dos fatos atuais.
Ando e só vejo gente mais perdida do que eu e que me atrasa.
Ainda assim busco um lugar melhor.
Meu oásis de cura, meu paraíso pessoal.
Estamos todos abandonados à nossa própria sorte e dor.
Continue com sua falsa vida, há nisso algum mal?
Por Gisele Portes