
[Leia com o Aúdio da Poesia!]
Casamento cedo demais, agressão no lugar da aliança.
Uma viagem no mar, promessa de liberdade trocada por escravidão.
A cada vida uma nova pedrada contra qualquer esperança.
Outro ciclo de impotência e decepção.
Caio, me firo, e sou puxada pelo cabelo.
“Levanta daí e tente de novo!”, ordena meu subconsciente.
Humilhação que mói os ossos, carrasco que ama seu fragelo,
me espanque e me jogue na fogueira feito bruxa nunca subserviente.
Contra seus dogmas sou a herege.
Lute até incendiar a última bandeira!
Sou o degrau que você não vai subir, o tapete que não protege
a sua queda que eu espero com fé nada passageira.
Por Gisele Portes