Looping Infinito [Poesia]

[Leia com o Aúdio da Poesia!]

Já virei a sala toda e não acho o controle-remoto.
Levantei o tapete, o gato e a almofada.
Pausada na pior cena, choro que explode como maremoto.
Sendo morta mil vezes, looping infinito que me deixa estraçalhada.

Jogada contra outra de vidro parede.
Páre, não quero levantar outro dia para outro tapa.
Você é o caçador, e eu a presa que cai em sua rede.
Andar e não sair do lugar, o erro em mim ou no mapa?

A dor de me quebrar em milhões de pedaços.
Ter que viver outro dia normal após colar cada caco.
Não quero outro passeio, medo de tropeçar em meu cardaço.
Não quero outra viagem e terminar no porão de um maníaco.

Por Gisele Portes

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