Estouro da Represa [Poesia]

[Leia com o Aúdio da Poesia!]

Vivendo longos séculos num deserto árido.
Cactos como única família numa seca infinita.
Sinta minhas águas invadirem seu território varrido.
A frieza que desestrutura sua fortaleza enquanto você grita.

De angústia grande turbilhão.
Impiedosa enchente de melancolia.
Você é a chuva forte que leva meu barracão.
Vergonha de ser eu, de minha imperfeição não ria.

Que essa correnteza me leve para um lado melhor.
De cima do morro vejo o que renovou tamanha destruição.
Muito barro que faz belas esculturas por cima do pior.
A força da natureza não destrói minha interior construção.

Por Gisele Portes

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