Muitos me perguntam de onde eu tiro ideias para meus poemas dark, e devo confessar que isso não se limita a uma única fonte.
Boa parte do material base para as criações das poesias que tenho postado neste Blog desde 2021 parte de inúmeros cadernos que tenho ainda guardados, da época que eu estive percorrendo por conta própria os caminhos da Psicologia e Desenvolvimento Pessoal.
Fontes nunca me faltaram e nem mesmo matéria-prima. Isto porque a própria vida sempe me fez encarar situações além das capacidades que eu tinha na época, o que me motivou a procurar forças na cultura alternativa, já que eu mesma nunca me senti como se me encaixasse em qualquer padrão pré-estabelecido.
Assim sendo, foi um processo bastante natural encontrar um dos maiores cantores e compositores desse cenário: Marilyn Manson.
Suas letras de críticas extremas e sem pudor contra a falsa moralidade da sociedade me arrebataram na primeira ouvida. E logo se tornaram minhas trilhas de fundo para os meus primeiros rascunhos poéticos.
Claro que isso tudo foi já há alguns anos, e para retomar a vibe daquela época, eu tenho ouvido de novo vários álbuns enquanto prossigo com meu projeto de converter em poesias e contos todas as anotações de grandes mestres da Psicologia que eu devorei no meu período mais obscuro.
O que eu não esperava era nessa “reouvida” acabar percebendo — agora já com a visão de uma escritora de ficção científica —, como Manson delineou perfeitamente reflexões contra a Teoria da Evolução, de Charles Darwin, e se realmente ela têm continuado a progredir na escala do tempo, principalmente para a espécie humana.
Análise: Marilyn Manson e o Conceito Darwinista de Evolução na música Cruci-Fiction In Space
Em seu aclamado álbum Holly Wood (In The Shadow of the Valley of Death), lançado em 11 de novembro de 2000, vemos precisamente na música Cruci-Fiction in Space a essência dessa crítica.
No trecho:
This is evolution
The monkey, the man, then the gun
If Christ was in Texas
The hammer, the sickle, the only son
Podemos perceber o quanto que a evolução acaba sendo apenas uma falácia. Afinal, o homem é a única espécie dentre os demais seres vivos que projeta e comercializa armas e gasta com exércitos para matar a si mesma.
Em contraste, qualquer outro animal só chega às vias de fato contra um oponente que seja seu predador ou então comtra um rival de acasalamento. Ainda assim, é nítido que é apenas por motivos de sobrevivência e procriação, enquanto o homem também mata por prazer.
Só em 2022, o mundo atingiu um trágico marco histórico: o gasto recorde de 2,24 trilhões de dólares com armamentos militares, motivados majoritariamente pela guerra na Ucrânia.
Será que realmente nossa raça tem evoluído tanto assim, ou criamos nosso próprio fim nada natural?
No segundo trecho da mesma música, Manson reforça o terror e poder mortal da bomba nuclear:
This is your creation
The atom of Eden was a bomb
If Jack was the Baptist
We’d drink wine from his head
Infelizmente, apesar desse álbum estar prestes a completar 23 anos, nunca estivermos tão próximos de uma guerra nuclear.
O médico Carlos Umaña, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2017 devido a sua Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN, na sigla em inglês), reforça essa afirmação. Enquanto os líderes dos países detentores de armas nucleares, mesmo estando cientes dos perigos, pouco fazem, seus arsenais não são assim tão protegidos.
Isso significa que erros técnicos, falhas humanas ou invasões hackers podem ativar os sistemas desses armamentos e causar explosão em larga escala, comprometendo vastas regiões, países e inutilizando possibilidades de vida em todo o globo.
Portanto, só nos resta saber: até quando vai durar o nosso atual “paraíso”?
Fontes:
https://www.letras.mus.br/marilyn-manson/24436/traducao.html