A Chegada (Arrival) é um Filme de Scifi que nos Ensina sobre o Poder da Comunicação

Fonte: https://www.amazon.com.br/Art-Science-Arrival-Tanya-Lapointe/dp/1789098467

Acabei de assistir ao filme A Chegada (Arrival) e resolvi fazer essa review porque é um dos filmes mais inteligentes sobre Comunicação e Relações Humanas que eu já vi.

A Chegada – Sobre O Que É?

Fonte: https://www.imdb.com/title/tt2543164/

Lançado em 2016, esse drama de ficção científica conta a história da Drª Louise Banks, uma renomada linguista e professora universitária que tem a missão de ajudar o exército americano a formar uma comunicação clara. O desafio é entender os alienígenas de uma das 12 naves que pairaram sobre as principais capitais do mundo.

Ninguém ainda sabe o que os alienígenas desejam, e cada país aborda a situação de sua própria forma. Mas os EUA, com a ajuda da Drª Banks, começa um processo de estudo de compreensão e formação de uma língua comum com os aliens, extremamente inteligente.

Porém, o resto do mundo não tem paciência para aguardar os estudos americanos e tampouco de esperar o processo da Drª Banks. Isto porque ele segue as etapas típicas do desenvolvimento que qualquer tipo de linguagem segue.

Ela se baseia na mesma estrutura de quando um bebê precisa entender as suas primeiras palavras. Então, ela se empenha em alfabetizar no inglês os aliens, com lousas com desenhos, além de mímica, em um complexo processo de bê-a-bá.

E surpreendentemente, a Drª Banks consegue resultados significativos dessa forma. Os dois aliens, mesmo por trás de um amplo vidro os separando dos demais humanos com medo de contaminação (o que claramente mais ainda dificulta qualquer possibilidade de comunicação, com o arquétipo da frieza e silêncio bem representados pelo vidro e toda a fumaça do local dos aliens), resolvem “falar”.

E isso choca, inclusive ao exército americano, sempre junto com a professora durante essas missões, pois eles usam tintas que espirram de seus tentáculos para também gerarem desenhos no ar e imitar a forma de se comunicar de Banks com seus desenhos em lousas. Ou seja, passam a escrever palavras de sua própria língua alien para os humanos.

Os outros países ainda não possuem avanços assim, e o exército autoriza Banks a prosseguir com seus estudos. Sua rotina é pesada e após sair da sala dentro da nave que lembra obeliscos gigantes flutuando por cima das cidades, ela fica muitas horas nas tendas militares. Lá ela utiliza computadores com seu colega para formar um alfabeto e frases que façam sentido em busca da principal pergunta que o exército quer fazer para os aliens: “O que vocês vieram fazer na Terra?”

Porém, a população do mundo todo está desesperada e fora de controle. O exército faz o possível para não deixar que a Drª Banks saiba, para não interferir em sua tarefa árdua. Só que antes de ir para a missão, ela já tinha visto pela televisão em sua casa o quanto que a presença dos aliens estava provocando reações extremamente agressivas nas pessoas.

Portanto, a situação e o nível de tensão vão piorando rapidamente à medida que o exército americano nota que os outros países estão perdendo o controle sobre as populações cada vez mais revoltadas. A maioria quer expulsar os aliens, e medidas drásticas contra os “visitantes” inesperados precisam ser tomadas.

Dessa maneira, a Dra Banks tem que descobrir como conversar e se entender com os alienígenas Heptapods o quanto antes.

O Poder da Comunicação

A Chegada fala sobre a importância da comunicação e as consequências de quando ela é mal aplicada ou silenciada.  

No final somos até levados a nos questionar se somos capazes de comunicar claramente o que queremos para as pessoas ao nosso redor.

Aliás, isso aparece de forma grandiosa na construção da história da Drª Banks que apesar de ter doutorado em línguas ( conhecendo inclusive o persa, o que a fez colaborar antes com o exército americano na lida com terroristas ), não tem uma boa comunicação em casa.

Seu casamento está por um fio e ela não entende os problemas da filha. E essa é a sua grande dor, motivando-a ainda mais a então criar diálogos e ser a ponte de comunicação tão necessária nessa situação atípica.

Tanto é, que flashes a bombardeiam sobre esse trauma. Podemos achar que ela está se lembrando do seu passado de falta de comunicação – mas existe uma surpresa aí que eu vou guardar para quem deseja ver o filme.

Dessa forma, A Chegada aborda muito bem como que a falta de comunicação pode desencadear desentendimentos. Em várias cenas, o capitão duvida da Drª Banks, e ela se vê obrigada a entregar rápido resultados sobre o que os aliens desejam fazer estando agora na Terra.

Também, vemos o quanto que ao não nos entendemos com as outras pessoas, isso pode se escalar de forma perigosa. E se esses desentendimentos são entre países, guerras se tornam quase inevitáveis.

Logo, é ressaltado como que a comunicação é vital para construirmos sociedades e evoluirmos, pois é por meio dela que estabelecemos laços e passamos nossa visão de forma que pode ser compreendida e aceita.

E ainda há destaque para a divergência filosófica que pode haver na comunicação entre estrangeiros, devido a costumes diferentes. E no caso do filme, na comunicação entre raças.

Nossa Mensagem Importa

E o recurso encontrado para resolver esse conflito é muito bonito e peculiar.

Afinal, se fizermos como a Drª Banks e tivermos a coragem de enfrentar nossa própria névoa interior e entrar em contato com nós mesmos para forma um diálogo intrapessoal, vamos descobrir nossa verdadeira mensagem interior. Ela pode estar atrás de sonhos ou insights, mas ela está lá.

E ao encontrá-la, finalmente ganhamos mais confiança para conversar e expor nossas ideias de forma verdadeiramente genuína para as demais pessoas. E mesmo que elas pensem diferente de nós, ainda será possível formar um laço de comunicação e tirarmos proveito dos benefícios da troca de cultura e de conhecimento.

Quem quiser assistir a esse filme, recomendo muito!